terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Barbie: mãe solteira e prostituta

Até os meus 10 anos de idade eu acreditava que fazer sexo era o que eu via nas novelas - um homem e uma mulher tiram as suas roupas, se deitam aos beijos numa cama e começam a esfregar suas peles.
Foi numa noite, assistindo ao Criança Esperança de 1994 que meu pai me contou a verdade.
Ao assistir a performance dos bailarinos no palco, Papis disse: "Esse pessoal tá parecendo cachorro quando tá atracado". Sem conseguir visualizar a situação exposta por Papis, perguntei: "Como assim?". Ele disse: "É minha filha, cachorro depois que transa. Tu nunca viu?". Eu disse: "Não. Porque cachorro fica atracado depois que transa?".
Ele, surpreso por eu ainda não ter conhecimento teorico sobre aquilo que anos mais tarde revelou-se para mim como sendo o grande fascínio da humanidade, começou, meio que sem graça, a me explicar os procedimentos técnicos do ato de fazer amor.
A idéia de que um pênis poderia entrar no buraco que existe entre as pernas de uma menina, era algo que já tinha passado antes pela minha cabeça. Mas lembro-me bem que logo descartei essa possibilidade por achá-la nojenta demais. Minha surpresa ao saber que minha idéia estava correta foi grande.
Fiquei muito feliz de saber algo que eu compreendia como sendo um segredo dos adultos.
Fazer sexo e tudo que envolve esta prática não é algo permitido ao mundo das crianças.
E por ser proibido, sempre me despertou profundo interesse.
Apesar de os adultos tentarem preservar uma imagem de inocência nas crianças, nem sempre isso corresponde a realidade.
O que posso falar sobre isso é que eu nunca fui inocente, pura e bondosa.
Minhas brincadeiras solitárias da época da infância eram na verdade grandes momentos de exploração das minhas fantasias eróticas, nas quais eu inventava histórias e personagens com uma criatividade de dar inveja a qualquer roteirista de filme pornô.
Nas tardes vermelhas e quentes que passei em meu quarto, eu frequentemente transformava minha Barbie em uma mulher muito sedutora, que transava em demasia.
Barbie às vezes se descuidava e acabava ficando grávida.
O Ken, seu viril namorado, por mais de uma vez não quis assumir a criança que Barbie carregava, fazendo com que a pobre mulher arcasse com as adversidade pertinentes a vida de uma mãe solteira.
Sem perspectivas de ter como criar seu filho, minha Barbie se prostituiu ainda grávida!

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